Numa conversa com uma amiga acabei por entender que por vezes aparento (será que não aparentamos todos?!) nunca estar em baixo, estar super bem, mais madura, em aprendizagem... E isso é bom, certo? Talvez... Talvez nem sempre.
Li comentários ou mensagens de inúmeras pessoas :
"Como é que lidaste tão bem com esta situação?" ; "És tão forte. Quem me dera ser assim" ; e outras mensagens de conteúdo semelhante.
Dei por mim a pensar "Será? Será que sou mesmo assim tão forte? Até que ponto o que eu publico não é indiretamente criado para que todos pensem que eu sou esta pessoa forte, que não se abala?" .
E foi aí que percebi... Percebi que já estive do outro lado... E via as pessoas, aparentemente "de ferro".
As pessoas que eu "seguia" (porque afinal, com a Era das redes sociais todos nos tornámos obcecados em observar e viver a vida dos outros), lidavam bem com fim de relacionamentos, lidavam tão bem com mudanças drásticas na sua vida, lidavam tão bem com as adversidades... E eu queria ser igual. Mas olhava para mim e via: FRÁGIL.
Não o aceitava como algo bom, mas como algo que eu queria apagar da minha vida. Como se um simples "Ctrl shift delete" fosse resolver ou realmente apagar os meus sentimentos e emoções. E isso não foi bom para mim...
Então, não! Não sou esta pessoa "forte". Não lido bem com as mudanças (mas tenho tentado lidar) e também me venho abaixo.
Não me interpretem mal, eu realmente estou em fase de aprendizagem e amadurecimento, mas nas redes sociais as pessoas só vêm o que eu acho que elas querem ver e o que e quero que elas vejam - o bom.
Esta realidade não é real, mas uma realidade filtrada. Porque ninguém publica o mau nas redes sociais...
Sim, é verdade que decidi encarar os acontecimentos dos últimos meses como experiências e momentos das quais posso tirar aprendizagens e reflexões para toda a vida.
Mas se chorei? Se quis gritar a plenos pulmões? Se caí? Hell yeah!
Caí, e muito. Mas foi nas tentativas de me levantar que percebi as coisas mais bonitas da vida.
Não, não foi bonito de se ver. E quem esteve perto de mim sabe disso. Foram choros e quedas feias.
Mas o importante é que me levantei de forma graciosa e linda.
Então, como podem perceber, não sou forte.
Sou humana e, consequentemente, frágil.
Se estás a ler isto, quero dizer-te que todos nós estamos em etapas diferentes da corrida.
Não existe nada de mal na etapa em que Deus te tem, aqui e agora. Porque é aqui e agora, no momento em que estás (seja ele bom ou mau) que Ele quer que tu estejas porque Ele está a fazer algo incrível e grandioso.
Então, não tem mal se a tua vida virou de pernas para o ar e tu não sabes lidar bem com isso, porque no fundo nenhum de nós o sabe por completo.
Estamos todos constantemente em obras.
Em Salmos 145:17 diz que:
"O Senhor é justo em todos os seus planos e mostra o seu amor fiel em tudo o que faz."
Será que acabamos de ler que Ele mostra o seu amor SÓ nos dias bons? Não! Em TUDO o que faz... Isso inclui as situações ou dias "menos bons", porque nós não vemos, mas Ele sabe e vê que mais para a frente as aprendizagens e talvez até os choros desses momentos serão úteis para criar algo lindo que Ele tem preparado e já começou em nós!
Então, sê corajoso. Deus está contigo. Mas não exerças demasiada pressão sobre ti próprio.
Temos que aprender a respeitar a jornada e entender que o Todo Poderoso não nos acompanha apenas na meta de chegada, quando tudo está bem e encaminhado. Ele também está presente no processo.
O nosso desafio diário passa por aceitar a etapa em que estamos, deixar que Deus nos guie os passos e deixar de exercer essa pressão tão grande sobre nós... A pressão de sermos fortes como os outros aparentam ser (acredita, não são).
No fundo somos todos assim.
Humanos.
Humanos e, consequentemente, frágeis.
Mas essa é a beleza porque em 2 Coríntios 12:9 diz-nos:
"(...) Pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza."
Não é isto tão belo? Que Ele se faça forte no meio das nossas fraquezas?
Não sei quanto a vocês, mas eu lembro-me perfeitamente da primeira vez que li este versículo. E lembro-me perfeitamente que chorei da mesma forma que choro de emoção sempre que o leio e o compreendo. Como se fosse a primeira vez (porque a vida com Cristo é isto, uma vida repleta de "primeiras vezes").
Então reflitam: Porque quero eu ser forte? E de que será que isso me serve se a fortaleza do meu Senhor não só se revela como se aperfeiçoa na minha fragilidade?
Eu não preciso de ser forte, Jesus já carregou a cruz por mim e livrou-me desse fardo pesado. Eu não tenho que o carregar... Pelo menos não sozinha!
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