Durante esta semana estava a ler uma passagem na bíblia, que já tinha lido anteriormente mas que desta vez me falou de uma forma totalmente impactante e diferente de todas as outras vezes em que a li.
A passagem fica em Êxodo, e fala do momento em que os israelitas fugiram do Egito.
No capítulo 13, nos versículos 17 e  diz assim:

"E aconteceu que quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto, porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito.
Mas Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e subiram os filhos de Israel da terra do Egito armados."
- Êxodo 13:17-18 (ARC)

Ao ler isto percebi que às vezes Deus não nos guia pelo caminho mais fácil e "direto" porque não estamos prontos para obter o cumprimento da promessa de Deus tão rapidamente e porque existem coisas que não estamos prontos para ver ainda e que no momento nos podem fazer arrepender de escolher obedecer a Deus e querer voltar para o sítio de onde viemos.

Se achas que estás perdido, não estás.

Deus simplesmente não te levou pelo caminho mais direto para te livrar tão cedo do caminho onde existem "guerras".

Sem tempo de preparação, a promessa se Deus não é cumprida.
E quanto maior a tua luta, quanto maior o teu tempo de preparação, maior o Plano que Deus tem para a tua vida.

Mas para além de ter entendido isto, percebi o seguinte... Se existirem "guerras" no « caminho, é porque estás perto do cumprimento da palavra de Deus então, nunca desistas cedo demais.
Nunca aches que estás melhor lá no "Egito", nunca voltes para o sítio que por tantos anos te escravizou.

Porque precisamos de ter uma certeza. Certeza essa que encontrei expressa mais à frente (no versículo 22) .

"Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite."
- Êxodo 13:22 (ARC)

Deus não os levou pelo caminho mais perto, e talvez não lhes tenha revelado todo o caminho. Talvez não lhes tenha fornecido um mapa. Talvez Deus não lhes tenha fornecido mais do que simplesmente o próximo "baby step" a dar, mas Deus também nunca os deixou. Deus guiou-os passo a passo. Mesmo que não lhes tenha dado todas as coordenadas porque no momento não estavam prontos para as receber.

E é essa a certeza que devemos ter na nossa vida. Podemos não saber para onde estamos a ir. Podemos não saber todos os detalhes do plano. ~

Mas NÃO estamos perdidos. 

Porque Deus guia-nos, passo a passo. E Deus sabe todo o plano.
E Ele não nos abandona nem nos deixa sozinhos na jornada.
Deus acompanha-nos durante todo o processo.
Não precisamos de perceber tudo agora, mas cabe-nos a nós confiar.
Confiar e descansar que Ele tem o melhor para nós.

Hey! (eu devo ter uma lata enorme, para desaparecer durante este tempo todo e depois voltar a publicar como se nada fosse, mas já sabemos que comigo é assim).
Desta vez não prometo que "voltei". Desta vez não prometo que a minha inspiração voltou e que vou ser mais ativa na escrita por aqui, até porque todos sabemos que a minha criatividade é a maior inconstância do mundo.
Mas o que interessa é que hoje estou aqui. Com 19 anos (feitos ontem, sim!) e senti que devia recapitular algumas das coisa que tenho aprendido ao longo destes anos, que, apesar de não serem muitos, parecem tantos se contarmos com a quantidade de experiências de vida diferentes que tive.

1-  Faz o teu melhor, mas não sejas tão duro/a contigo próprio/a. 

Sempre fui uma pessoa muito ansiosa e não só sempre dei o meu melhor como me "matei" por muitos anos a achar que o meu melhor não era suficiente. Sempre ouvi de várias pessoas "não devias ser tão dura contigo própria"; "Não exijas tanto de ti". A exigência é boa, mas quando exigimos de nós algo tão extremo e utópico, acabamos por ser tóxicos para a nossa própria sanidade mental. Por isso, isto definitivamente tinha que estar em primeiro.

2- Tenho demasiado valor para me contentar com um "amor" medíocre

Quando percebi isto, a minha vida mudou TANTO!! Se Deus, o Criador viu valor em mim... e se Deus me amou tanto, quem sou eu para "mendigar" amor de algum ser humano? Deus quer que entendamos primeiro o quanto Ele nos ama, e depois traz sempre alguém que nos faz perceber o porquê de não ter dado certo com outros. E traz-nos alguém para o qual olhamos e vemos o amor de Deus. 
Deus tem tanto para nós. Não nos devemos contentar apenas pela metade.

3- A depressão e a ansiedade podem ser ultrapassadas

Por muito que vos queiram dizer que não. Por muito que vos queiram dizer que vão ter sempre essas "tendências", não acreditem. Não se deixem vencer. (Fala a experiência própria aqui !!)

4- Os momentos "maus" fazem parte da preparação para algo MAIOR nas nossas vidas. 

Quando estamos numa fase menos boa da nossa vida devemos lembrar-nos sempre que o ministério de Jesus só começou DEPOIS de Ele ter sido tentado e passado pelo deserto.
"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o BEM daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." - Romanos 8:28

5- Ser generoso "demais" não é um defeito"

Por muito que os outros se aproveitem da nossa bondade, não devemos deixar de ser como somos para nos protegermos. 
O problema está no carácter das pessoas e não no nosso carácter ou bondade. 

6- "Só sei que nada sei"

Há uns dias atrás encontrei num dos meus cadernos (sim, sou dessas. tenho vários mini cadernos com textos, poesias e anotações porque sou demasiado "antiquada" para me render a escrever em computador ou telemóvel), um poema em que eu própria dizia que tudo o que eu sei é que nada sei e que mesmo disso, não tenho tanta certeza. 
Não devemos exigir de nós próprios nem dos outros, o conhecimento total. 
Vivemos e aprendemos. Caímos. Erramos. Levantamo-nos e aprendemos. A vida é um constante ciclo de aprendizagens, e mesmo quando chegamos ao fim das nossas vidas, ainda não sabemos tudo, e tudo bem com isso. O que me leva ao tópico seguinte...

7-  No que toca às situações em que Deus nos coloca, não temos que entender, nem saber tudo. Apenas Confiar

8- Chorar não é fraqueza, é coragem

 Ter a coragem de expressar o que sentimos, de sermos genuínos sem nos importarmos com o que vão dizer, numa sociedade fria onde nos ensinam a não demonstrar sentimentos, é coragem e não fraqueza.

9- Ousadia e coragem NÃO é sinónimo de falta de medo

Ousadia e coragem não significam que não temos medo. Porque se não tivessemos medo de nada, seria tudo muito fácil e não estaríamos a ser corajosos. 
Ter coragem e ser ousado é avançar, mesmo com todos os medos. Concretizar mesmo com toda a ansiedade. 

10- Admitir que precisamos de ajuda é um ato de coragem

11- Nunca é tarde para uma situação da nossa vida mudar

(Esta aprendi ontem!!)

12- Nunca estamos sozinhos. Temos sempre mais pessoas à nossa volta que nos amam do que aquelas que imaginamos que temos

(Aprendi ontem também)

13- Cair é normal. Só é mau quando caímos e não aprendemos nada com essa queda 

14- Deus não une (apenas) pessoas. Deus une propósitos

15- Dizer tudo o que nos vem à mente não é honestidade. É falta de bom senso 

Esta custou a aprender, mas foi lá (acho eu ahaha) ."A minha liberdade acaba quando começa a do outro" . 

16- O que muitas pessoas vêm como "talento", é na realidade fruto de muito esforço e prática

Cada vez mais acho que quando as pessoas nos dizem "Quem me dera ter o teu talento" , existe uma frase escondida nas entre-linhas : "Queria alcançar o que tu alcanças ou fazer o que tu fazes, mas tenho demasiada preguiça para me esforçar". 
Infelizmente as pessoas vêm resultados e não processos. 
Ninguém nasce a saber escrever perfeitamente, ou a saber cantar perfeitamente, ou a saber tocar um instrumento. As pessoas podem nascer com uma "pré-disposição"  ou inclinação maior por certas áreas, é verdade. Mas essa pequena "semente" se não for regada com prática, esforço e suor, nunca irá florescer. 

17- Nunca sabemos a situação que a outra pessoa está a passar, por isso devemos ser gentis em todo o tempo

Uma palavra que creio que falta no dicionário geral do ser-humano: EMPATIA! 

18- Aquilo que declaramos sobre a nossa vida torna-se a nossa realidade

Se eu disser que não sei fazer nada, ou se disser que nunca vou conseguir alcançar os meus sonhos, então irei pensar que não vale a pena e realmente não irei alcançar nada. As nossas palavras têm poder para a nossa vida. 

E por fim... 

19- AMOR é gratuito. Vamos usá-lo um bocadinho mais

Num mundo onde já existe tanto ódio, porquê optar por ser igual a tudo? 
Amar as pessoas é a melhor coisa que podemos fazer. 
Isso não só afeta positivamente os que estão à nossa volta como nos afeta a nós porque nos rodeamos de positividade e afastamos as situações tóxicas. 



Trabalhamos tanto para os que já congregam e são igreja… Trabalhamos tanto para os que já estão… Tudo para dentro. Tudo para o entretenimento interno. E depois dizemos que a igreja é para todos. Mas o que temos feito para que todos O possam conhecer? O que temos feito para que novas pessoas, todo o tipo de pessoas, venham à igreja e para que esta não se mantenha apenas para o grupo restrito dos que já lá estão? Temos sido como Jesus? Porque Ele mandou-nos pregar as boas novas a todas as nações, não apenas na “igrejolândia”. Temos sido como Jesus? Porque Ele mandou-nos ser luz do mundo, e não apenas estrelas na igreja. A igreja é para todos, é um facto. Mas o que temos feito para que TODOS sejam aceites? O que temos feito para que TODOS se sintam em casa e possam, assim, vir a ter um encontro com Deus? Vivemos na primeira geração onde existem mais ateus ou “religiosos não praticantes” do que pessoas que creem e servem o nosso Criador. Isso deixa-me triste, mas eu não consigo parar de pensar que já chega. Chega de mandar a culpa para os outros. A culpa disto não é dos outros, não é desses mesmos ateus, não é questão de eles estarem recetivos a isso ou não… Não é culpa de nada disso e MUITO MENOS, falta de Deus. Porque Ele está cá hoje, esteve cá antes e estará cá amanhã e no futuro. Então de quem é a culpa? A culpa é nossa. A culpa é minha e tua. De todos nós cristãos que muitas vezes pregamos e não vivemos. Pregamos o nome de Jesus a todo o custo em vez de o demonstrarmos com as nossas ações e com o amor ao próximo. O cristianismo não vive nem pode viver com base naquela típica expressão “Olha para o que digo, e não para o que eu faço”. Por isso, em vez de simplesmente falarmos de Jesus e o tentarmos “impor” ou “incutir” aos outros, porque não tentamos agir e ser mais como Ele no nosso dia-a-dia? Deparei-me durante estas semanas com uma frase de Francisco de Assis que desde então me intriga e desafia: “Pregue o evangelho em todo o tempo. Se necessário use palavras”. Esta frase desafia-nos a ir além das palavras, a usar as nossas ações e, apenas quando necessário, as palavras. Porque Jesus não precisa de defesa, não precisa que digamos o nome Dele. Hoje em dia todos sabem quem foi Jesus, cabe-nos a nós DEMONSTRAR quem Ele continua a ser hoje e continuará a ser amanhã.

JONAS 1:6
"O capitão do navio foi ter com ele e perguntou-lhe: «Que fazes aqui? Estás aí a dormir? Levanta-te e pede ajuda ao teu Deus. Talvez ele se queira interessar por nós e não nos deixe morrer.» "


O que este versículo tem a ver com tudo isto? A vida dos marinheiros corria perigo, mas o servo do Senhor estava adormecido. Não estaremos nós todos adormecidos como Jonas? Quantas vidas serão as vidas ao nosso redor a precisar de salvação e ajuda? Quantas almas ao nosso redor sofrem enquanto nós dormimos? Talvez mais do que as que possamos imaginar...
A acabar contigo estaria a acabar comigo
porque pensar em ver-te infeliz,
é colocar também a minha felicidade em perigo.

A acabar contigo estaria a acabar comigo
porque ainda que fosse eu a apontar uma arma na tua direção
correria para me colocar na frente,
antes da bala atingir o teu coração.

Que estupidez seria acabar com o teu sorriso,
quando comecei a depender tanto dele
por me ter apaixonado assim tão de repente e sem aviso.

E paradoxalmente,
o meu corpo está no Porto mas o meu coração está ausente,
quilómetros distante...
Então, como pensaria em acabar contigo,
se te confiei o meu coração
e descartei a hipótese de ele ser devolvido,
nem que seja por um instante?
Será que compreendemos o valor de uma simples palavra?
Será que temos em conta e controlamos a quantidade de palavras tóxicas que proferimos no dia-a-dia?
Eu diria que nem sempre. Mas não respondam. O silêncio é suficiente.
Falar não é só o ato de comunicar como também de me expressar.
Mas devo dizer tudo o que me vem à mente?
Eu tenho o poder de proferir palavras para prejudicar e magoar, ou então ser diferente.
Ser diferentemente consciente.
Volto a repetir, cuidado com as palavras de mal.
Tenham em atenção se estão a proferir aquilo que nos remete a um presságio de tragédia final.
Não existem, por acaso, tantos casos de pessoas que se deixaram levar abaixo porque ouviram sempre palavras contra a sua vida?
Tantos casos de relações quebradas, vidas desesperadas, ou em casos extremos, vidas terminadas.
A palavra tem um poder difícil de entender.
Cabe-nos a nós escolher e ter cuidado com a sua utilização. Temos feito isto?
Ou carregamos um cadastro de homicídios por punhais espetados no coração?

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Hey guys, este texto está aqui porque Setembro é o mês amarelo, o mês da prevenção do suícidio.
Marquem a diferença e usem as vossas palavras SEMRPE para abençoar a vida das pessoas e não o contrário. A prevenção do suícidio não devia ser apenas em Setembro, mas o ano todo.
E se vocês pensam em suícidio, passam por depressão ou estão a passar por algo parecido, lembrem-se que estão amados e nunca estarão sozinhos.
As minhas caixas de mensagens estão sempre abertas se precisarem!
Se vocês não estão a passar por isso, mas conhecem alguém, demonstrem apoio, estejam sempre atentos!

Alguns contactos muito importantes:

Centro SOS-Voz Amiga: 
ajuda na solidão, ansiedade, depressão e risco de suicídio 
21 354 45 45
91 280 26 69

Linha SOS Bullying - 808 962 006
[2ª a 6ª f. das 11-12h30 e das 18h30-20h]

    YOU ARE ALL LOVED
    Olá malta! O formato do post de hoje é um pouco diferente.
     No dia 22 de Julho fiz uma tatuagem que já queria fazer há muito tempo e que teve e tem imenso significado para mim. Nesse dia pus um “storie” no instagram enquanto estava a ser tatuada e choveram perguntas, principalmente acerca do seu significado. A quantidade de perguntas fez-me considerar fazer um post sobre isso.
    Então, guardei as perguntas das dm’s e também usei a ferramenta nova de perguntas nas histórias do instagram para que quem ainda não tinha perguntado, pudesse fazê-lo.
     Acho que nem preciso então de dizer que este post se trata de um Q&A, vamos diretos ao assunto.
    (vou pôr os @ da conta de instagram de quem fez a pergunta à frente da mesma)
    A primeira pergunta foi questionada por muitas pessoas por isso não posso dizer ao certo quem a fez:

     “QUAL É O SIGNIFICADO?"

    Gostando eu imenso de escrever e ler, fazia sentido um ponto e vírgula, mas não apenas por causa disso.
    Na escrita, o ponto e vírgula simboliza uma pausa menor do que um ponto final, mas maior do que
    uma simples vírgula.
    O autor coloca um ponto e vírgula quando poderia terminar a frase, mas decide não fazer uma pausa tão longa. Na minha opinião, a frase é a minha vida.
    A tatuagem do ponto e vírgula faz parte de um “movimento” contra o suicídio, depressão e problemas de auto-mutilação.
    Quando tinha apenas 12 anos entrei num estado que costumo chamar “estado de dormência mental”.
    Acredito que não foi um momento em específico que me levou a esse estado, mas sim a acumulação de vários momentos da minha vida, que formaram uma “bola de neve”.
    Este estado foi chegando de fininho e quando notei já se tinha apoderado de mim por completo.
    Sentia-me vazia, sem forças, desanimada, sozinha... A mínima tarefa de me levantar da cama custava-me. Passei a estar muito tempo sozinha, trancada no meu quarto, às escuras .
    Eu estava tão morta por dentro…
    E não conseguia perceber o que se estava a passar comigo. Porque é que “de repente” estava tudo tão cinzento.
    Foi aí que comecei a sentir necessidade de me “castigar”, por assim dizer. É provável que ao contar isto eu não use as palavras “certas” para me expressar, porque na realidade é um pouco difícil falar sobre estes temas. Começaram aí os meus problemas com automutilação.
    Eu queria gritar, e não conseguia. O silêncio chegava a ser ensurdecedor, com tudo o que se passava dentro de mim.
    Os pensamentos de suícidio começaram também a apoderar-se da minha mente, todos os dias. Cheguei a planear ao pormenor como ia terminar a minha vida .
    Cheguei a levantar-me várias dessas vezes para o fazer, mas por segundos parece que a minha mente ficava clara e “algo” me impedia de o fazer.
    Eu sei hoje que esse “algo” era Deus a pegar-me ao colo, era o Seu amor e a Sua graça a aperfeiçoarem-se nas minhas fragilidades.
     Nesta altura comecei a desenvolver também crises de pânico e de ansiedade. As “vozes” na minha mente não se calavam, por muito que eu as tentasse silenciar.
    Claramente eu era nova, muito nova. Tinha 12 anos quando tudo começou.
    Isto, este estado, durou por volta de 5/6 anos, até há uns meses atrás, quando tudo mudou. Um dia, aliás uma madrugada, por volta das 5 da manhã, eu estava a ter uma das maiores crises de ansiedade que alguma vez tinha tido. Eu chorava compulsivamente e não sabia bem o porquê… Nessas situações o primeiro impulso era pegar os fones e por alguma música no youtube na tentativa de me acalmar. Muitas vezes ajudava. Abri o youtube e nos recomendados apareceu “Even when it hurts” da hillsong United (para quem não conhece, é uma música cristã). Eu não ia sequer carregar no vídeo, porque não “estava para aí virada”. Todas as situações tinham-me afastado de Deus, e eu cheguei até a considerar-me “ateia” (é assim que se diz o feminino? I have no idea. Mas vocês entenderam) . E por isso, não, não queria nem ia carregar no vídeo. Mas acabei por sem querer, carregar, quando na realidade queria carregar no vídeo ao lado.
    A música imediatamente começou a tocar. Ao ouvir o primeiro acorde, não foi preciso mais nada… Eu desatei a chorar novamente. Mas foi um choro diferente. A letra da música avançava e eu sentia uma arrepio da cabeça aos pés e uma paz imensa, para além de algo que me dizia “Tudo vai ficar bem. Não estás sozinha. É esta paz que te quero dar sempre” . Foi aí que comecei a falar com Deus. E a chorar… Chorar imenso. Mas desta vez foi um choro que me aliviou e não o contrário. A situação nos seguintes meses mudou drasticamente. E eu nunca mais me senti sozinha, criei e estabeleci um relacionamento incrível com o meu Criador e reconheço daquilo que Ele me salvou. Mas é uma caminhada… Eu não espero e nunca esperei ficar bem de um dia para o outro. É um processo, na qual tenho aprendido muito. Mas sinto-me bem. Sinto-me em paz. Sinto-me a progredir. Sinto-me a dar passos em frente e a aprender. Há dias em que sinto que dei 1 ou 2 passos atrás, mas depois lembro-me da quantidade de passos para a frente que já dei e da distância astronómica que me separa da linha de partida, do ponto 0, do sítio obscuro de onde vim… Não estou mais agarrada ao passado e às “vozes” na minha cabeça e isso é que importa. Eu podia ter posto um ponto final na minha vida, mas decidi continuar a frase. E marquei isso com um ponto e vírgula.

     “PORQUÊ NO PULSO?” - @joanagvrt 
    Tatuei no pulso esquerdo porque foi no pulso/braço esquerdo que mais me automutilei, local onde, se olharmos com muita atenção, ainda tenho marcas. Quis também que fosse no pulso por ser um dos sítios do meu corpo com os quais mais tenho contacto visual. É uma lembrança todos os dias, dos vários motivos que tenho para agradecer a Deus.

    “DOEU MUITO? EU TAMBÉM QUERO FAZER A MINHA PRIMEIRA NO PULSO (DIREITO) MAS ESTOU COM MEDO” - @akikiidelgado 
    Na realidade, a mim não me doeu nada. Nada mesmo… E eu sou daquelas pessoas que choram a tomar vacinas por isso se digo que não doeu é porque não doeu mesmo!! 

     “AO QUE SE ASSEMELHA A SENSAÇÃO/DOR?” - @joanagvrt 
    O único momento em que senti uma leve impressão, mas ainda assim foi uma “dor” tolerável foi na primeira vez que agulha encostou a minha pele. De resto a sensação parece que alguém está a “raspar” algo na tua pele, um lápis ou algo do género…

     “O TEU TATUADOR É BONITO?” (óbvio que esta tinha que ser feita por ele próprio ahahah - @brenoalcantara7) 
    É bonito é ahahah Principalmente por dentro. Para além de um tatuador incrível, tem uma ética e profissionalismo impecáveis. Perguntei-lhe os processos e fez questão de me deixar descansada e tirar um tempo para me explicar tudo ao pormenor, inclusive o material, a higienização e também a sensação que iria sentir, algo que, claramente, me deixou com mais confiança de que tudo estava a ser muito bem feito por um ótimo profissional. Pessoal do Porto e/ou Gaia, aconselho! Passem pelo instagram dele: @brenoalcantara7 (Não estou a ser paga para dizer isto, juro ahahah ) 

    “ENQUANTO CRISTÃ, CONCORDAS COM TATUAGENS? QUAL É O TEU PONTO DE VISTA SOBRE O ASSUNTO?” - @abigailtavares47
    Eu acredito que não sou ninguém para dizer o que é errado ou não fazer. Não tenho essa autoridade, não me considero “dona da razão” e, honestamente, não quero ser. Portanto, o que eu diria acerca disto é: Se sentes que fazer uma tatuagem é pecado, então claramente Deus está a dizer-te para não o fazeres. Não o faças. 
    A bíblia não nos fala direta e explicitamente acerca de tatuagens. Apesar de existir aquele versículo que é sempre mencionado quando se toca no assunto: 

    “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós: Eu sou o Senhor. “ - Levítico 19:28 (versão Almeida revista e corrigida) 

    Noutra versão aparece da seguinte forma: "Não façam cortes nos vossos corpos por causa dos mortos, nem tatuagem em si mesmos. Eu sou o Senhor." 

    No entanto, devemos tentar olhar para o versículo da perspetiva do contexto em que este foi escrito.
    “Não dareis golpes na vossa carne”, deve-se ao facto de na época a mutilação ser utilizada nos rituais pagãos para honrar os mortos e também alguns “deuses” pagãos. Então, esta prática estava associada a outras práticas, e foi com o intuito de alertar o povo da época para esta situação em específico, que o versículo foi escrito.  
    No entanto, só porque a bíblia não fala diretamente sobre o assunto, não quer dizer que seja 100% certo de que nos convém fazê-lo. Eu acredito em Deus presente em todos os aspetos da minha vida. A realidade é que Ele deve estar presente em todas as nossas decisões. Porque Ele sabe o que é melhor para nós e nós devemos pedir que ele nos guie em todas as decisões para que não nos afastemos do plano perfeito que Ele tem para nós. A decisão de fazer uma tatuagem, não é diferente de outra qualquer decisão na nossa vida.
    Acho que devemos ter esse tipo de abertura e perguntar para onde devemos ir. Qual o caminho a seguir? E depois, devemos perguntar-nos, será que esta tatuagem será de agrado a Deus ou é uma simples vaidade? No meu caso, eu achei que estava na hora de contar a minha história e o meu percurso com Deus. Esta tatuagem simboliza a superação de algo que ocupou por muito tempo a minha vida de uma forma degradante. Mas eu não o superei sozinha. Por isso simboliza tudo aquilo de que Deus me livrou, e da Sua mão poderosa sobre mim. (Eu ia dizer que simboliza o meu testemunho. Mas eu não gosto de usar essa palavra quanto a mim mesma xD Acho que não me vejo como um “exemplo” para usar essa palavra, que para mim é muito forte.)
    Outro aspeto que devemos pensar é o que as nossas autoridades (por exemplo, os nossos pais, mas pode ser outro tipo de autoridade…) acham sobre esse assunto , porque não seria bom nem nos convinha tomarmos uma decisão destas em desobediência. Certamente, isso não agradaria a Deus. Por último, porque o texto já vai longo, eu quero dizer que não estou a tentar influenciar ninguém a fazer uma tatuagem. Por não ser errado para mim, não quer dizer que vos convenha a vocês. Creio que isso é algo pessoal, de cada um com Deus.

    ROMANOS 14:14 : “Como crente no Senhor Jesus, eu sei e estou convencido de que não há nada que seja impuro em si mesmo. Mas se alguém pensa que uma coisa é impura, torna-se de facto impura para ele.”
    O som das carruagens ecoa pela estação, mas nem mesmo por isso, o silêncio ensurdecedor desta sala de espera me deixa de incomodar. Olho em volta. Vultos de pessoas cabisbaixas com o olhar num único objeto, um único foco- o visor do seu telemóvel.
    Alguém entra, senta-se, segue o mesmo rumo que todos os outros.
    Olho em volta. Oh, vultos cabisbaixos... Oh humanidade, quando nos tornámos tão frios?
    A era da tecnologia e da comunicação tornou-nos, ironicamente, pouco comunicativos e até me arrisco a dizer, incontactáveis.
    Entra mais alguém. Observo... Desta vez um senhor de idade. Sorrio. "Boa tarde", afirmo.
    Parece surpreso, como se ter boas maneiras e comunicar se tivesse tornado uma exceção nos dias de hoje.
    Ainda meio surpreso, lá me responde. "Boa tarde menina", seguido de um sorriso.
    Fiquei feliz por ter algum contacto humano naquela sala cheia de seres alienados.
    Quando foi que nos esquecemos da realidade ao nosso redor?
    Enquanto escrevo com a caneta e o meu bloco de notas na mão, uma mulher, morena, provavelmente nos seus 30 e poucos anos, olha-me estranhamente... Como se se tivesse esquecido da existência do papel e da caneta. Estes objetos tão simples, hoje em dia completamente substituídos por esse aparelho com visor que nos afasta da realidade à nossa volta.
    Um mendigo aproxima-se. Não senti uma única reação. Ninguém levantou, sequer, o olhar da tela maldita.
    Até quando...? E desde quando somos tão frios?

    Chegou perto de mim, já desanimado. Sorri... Tinha uma filha, aponta para ela ao fundo do corredor. Uma menina morena, de olhos azuis, roupas gastas e rasgadas, cabelos despenteados...
    "A minha filha faz anos" - revela - "Só queria comprar-lhe um happy meal".
    Fiquei triste ao ver a falta de empatia das pessoas, ainda com o seu olhar preso nos visores, provavelmente a observar e compartilhar notícias da pobreza em África ou de qualquer lugar longínquo, quando, ironicamente, alguém estava ali, naquele momento, a precisar de ajuda. Mas os de longe é que importam, certo? Porque estão afastados do nosso alcance e não precisamos de os ajudar... E quando estão perto e temos a hipótese de o fazer? Aí o caso muda de figura...
    Dei o que tinha, sorri e pedi desculpa por não ter mais.
    Sorriu-me. Algo novo. Ainda não o tinha visto sorrir...
    O meu coração encheu-se de emoção. 
    Olhei em volta. Olhei outra vez.
    As faces dos que me rodeavam permaneciam iguais... impávidas, olhar vazio e frio, cabeça cabisbaixa...
    Como se ninguém se tivesse apercebido do que se passou ali...
    Talvez não tenham mesmo.
    Contra mim falo, confesso que maior parte das vezes não estou também atenta. Mas isto fez-me abrir os olhos...
    Estará o mundo perdido? Desde quando somos assim? Até quando o seremos?